II Jornadas de Estudos «Mundo Hispânico e Portugal»
12 de Junho de 2019
Programa
10h15. Sessão de abertura com Luís Bernardo (Sub-Director do CHAM-Centro de Humanidades e Subdirector da NOVA FCSH) e Isabel Araújo Branco (Coordenadora do Grupo de Investigação «Cultura, história e pensamento ibéricos e ibero-americanos»).
10h25. Conferência de abertura: «Gerações Hispânicas: apresentação do projecto», por José Esteves Pereira. Apresentação de Maria Fernanda de Abreu.
11h-12h30. Visões históricas. Moderação de Pedro Cardim.
- Teresa Nobre de Carvalho: «Ananás, um “pomo peregrino”. O contributo dos portugueses para a difusão global de Ananas comosus na Idade Moderna»
- Javier Luis Álvarez Santos: «La conformación de una identidad macaronésica a partir de los relatos históricos insulares (s. XVI-XVII)»
- Carlos Benítez Trinidad: «La construcción del yo a través de la representación del otro en el indigenismo brasileño y el colonialismo portugués de la primera mitad del siglo XX: un estudio comparado»
- Pablo Ibáñez-Bonillo: «Vilas de Fronteira na Amazônia colonial: experiências indígenas no Rio Solimões e na Ilha de Marajó (1757-1770)»
12h30-14h: Intervalo.
14h/16h: Visões filosóficas e artísticas. Moderação de Júlio Joaquim da Silva.
- Margarida I. Almeida Amoedo: «O que mais falta faz hoje, segundo J. Ortega y Gasset: a Filosofia perante o desassossego»
- Teresa Lousa: «Modernismo e nacionalismo: casos paradigmáticos em Portugal e Espanha»
- Maria Viana: «Em busca da palavra perdida: infância-velhice, memória-linguagem em Corpo de baile, de João Guimarães Rosa»
- Luísa Vasconcelos: «Rumo à Europa, num caminho partilhado: narrativas literárias e culturais dos processos de integração europeia dos povos peninsulares»
- Patrícia Seixas: «A pintura em obras de José Saramago e Enrique Vila-Matas»
10h15. Sessão de abertura com Luís Bernardo (Sub-Director do CHAM-Centro de Humanidades e Subdirector da NOVA FCSH) e Isabel Araújo Branco (Coordenadora do Grupo de Investigação «Cultura, história e pensamento ibéricos e ibero-americanos»).
10h25. Conferência de abertura: «Gerações Hispânicas: apresentação do projecto», por José Esteves Pereira. Apresentação de Maria Fernanda de Abreu.
11h-12h30. Visões históricas. Moderação de Pedro Cardim.
- Teresa Nobre de Carvalho: «Ananás, um “pomo peregrino”. O contributo dos portugueses para a difusão global de Ananas comosus na Idade Moderna»
- Javier Luis Álvarez Santos: «La conformación de una identidad macaronésica a partir de los relatos históricos insulares (s. XVI-XVII)»
- Carlos Benítez Trinidad: «La construcción del yo a través de la representación del otro en el indigenismo brasileño y el colonialismo portugués de la primera mitad del siglo XX: un estudio comparado»
- Pablo Ibáñez-Bonillo: «Vilas de Fronteira na Amazônia colonial: experiências indígenas no Rio Solimões e na Ilha de Marajó (1757-1770)»
12h30-14h: Intervalo.
14h/16h: Visões filosóficas e artísticas. Moderação de Júlio Joaquim da Silva.
- Margarida I. Almeida Amoedo: «O que mais falta faz hoje, segundo J. Ortega y Gasset: a Filosofia perante o desassossego»
- Teresa Lousa: «Modernismo e nacionalismo: casos paradigmáticos em Portugal e Espanha»
- Maria Viana: «Em busca da palavra perdida: infância-velhice, memória-linguagem em Corpo de baile, de João Guimarães Rosa»
- Luísa Vasconcelos: «Rumo à Europa, num caminho partilhado: narrativas literárias e culturais dos processos de integração europeia dos povos peninsulares»
- Patrícia Seixas: «A pintura em obras de José Saramago e Enrique Vila-Matas»
José Esteves Pereira: «Gerações Hispânicas: apresentação do projecto»
O objectivo do projecto «Gerações Hispânicas», que começou a ser construído no Centro de História da Cultura e agora continua no CHAM, era o de realizar um estudo comparativo de expressões filosóficas, essencialmente, na área geocultural ibero-americana tendo como ponto de apoio o conceito de geração. Começando pelo estudo individualizado dos integrantes dessa contiguidade existencial e de comuns propósitos que fazem uma determinada geração em cada país, o grupo propõe partir daqui para um estudo comparativo posterior.
José Esteves Pereira: Antigo Vice-Reitor da Universidade Nova de Lisboa, Professor Catedrático jubilado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas desta universidade, fundador do Departamento de Estudos Políticos e antigo Presidente do Conselho Científico da faculdade, José Esteves Pereira é Presidente da Assembleia-Geral do CHAM-Centro de Humanidades e coordena o subgrupo «Pensamento hispânico» do grupo de investigação «Cultura, história e pensamento ibéricos e ibero-americanos» deste centro de investigação. Entre as suas áreas de investigação, contam-se as seguintes: pensamento político, história e teoria do Estado, história das ideias políticas, globalização e cidadania e história do pensamento hispânico.
O objectivo do projecto «Gerações Hispânicas», que começou a ser construído no Centro de História da Cultura e agora continua no CHAM, era o de realizar um estudo comparativo de expressões filosóficas, essencialmente, na área geocultural ibero-americana tendo como ponto de apoio o conceito de geração. Começando pelo estudo individualizado dos integrantes dessa contiguidade existencial e de comuns propósitos que fazem uma determinada geração em cada país, o grupo propõe partir daqui para um estudo comparativo posterior.
José Esteves Pereira: Antigo Vice-Reitor da Universidade Nova de Lisboa, Professor Catedrático jubilado da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas desta universidade, fundador do Departamento de Estudos Políticos e antigo Presidente do Conselho Científico da faculdade, José Esteves Pereira é Presidente da Assembleia-Geral do CHAM-Centro de Humanidades e coordena o subgrupo «Pensamento hispânico» do grupo de investigação «Cultura, história e pensamento ibéricos e ibero-americanos» deste centro de investigação. Entre as suas áreas de investigação, contam-se as seguintes: pensamento político, história e teoria do Estado, história das ideias políticas, globalização e cidadania e história do pensamento hispânico.
Carlos Benítez Trinidad: «La construcción del yo a través de la representación del otro en el indigenismo brasileño y el colonialismo portugués de la primera mitad del siglo XX: un estudio comparado»
Esta ponencia propone explicar en perspectiva comparada el estudio en curso sobre las ideologías sociales de auto-representación que Portugal y Brasil elaboraron a mediados del siglo XX. Y como estas se relacionaron con las lógicas coloniales y la categorización de los elementos subalternos racializados de ambas sociedades. Portugal, como potencia colonial hasta 1975, y Brasil, como sociedad nacida de una colonia, se proponen como un marco interesante de análisis para comprender las herencias que el imaginario y la realidad colonial dejaron en el mundo. Tanto Brasil como Portugal produjeron una potente estructura administrativa e institucional para la administración de la otredad que se pretendía domesticar dentro del marco epistemológico de las ideologías sociales mencionadas. En el caso de Brasil los trabajos del Serviço de Proteção ao Índio y posteriormente la Fundação Nacional do Índio, y en el caso portugués las misiones científicas que pretendían la mejor implantación de las políticas coloniales sobre la población nativa africana.
Carlos Benítez Trinidad: s Doctor en Difusión del Conocimiento por la Universidade Federal da Bahia (2017) y Doctor en Historia de América por la Universidad Pablo de Olavide (2017), con la tesis Un espejo en medio a un teatro de símbolos: el indio imaginado por el poder y la sociedad brasileña durante la dictadura civil-militar (1964-1985). Fundador de la revista-red Iberoamérica Social, ha realizado estancias de investigación en la Estación Científica Amazónica Juri Juri Kawsay de la Universidad Central de Ecuador y en la Fundação Nacional do Índio en Brasil. Actualmente es investigador contratado por la Universidad de Santiago de Compostela integrado en el grupo Historia Agraria y Política del Mundo Rural, y realiza una estancia de investigación en el CHAM Centro de Humanidades de la Universidade Nova de Lisboa. Por otro lado es también miembro de los grupos de investigación internacionales Agricultura comparada y Agricultura Familiar de la Universidade Federal da Bahia e Integración histórico cultural, desarrollo y derechos humanos en América Latina de la Universidad Pablo de Olavide.
Esta ponencia propone explicar en perspectiva comparada el estudio en curso sobre las ideologías sociales de auto-representación que Portugal y Brasil elaboraron a mediados del siglo XX. Y como estas se relacionaron con las lógicas coloniales y la categorización de los elementos subalternos racializados de ambas sociedades. Portugal, como potencia colonial hasta 1975, y Brasil, como sociedad nacida de una colonia, se proponen como un marco interesante de análisis para comprender las herencias que el imaginario y la realidad colonial dejaron en el mundo. Tanto Brasil como Portugal produjeron una potente estructura administrativa e institucional para la administración de la otredad que se pretendía domesticar dentro del marco epistemológico de las ideologías sociales mencionadas. En el caso de Brasil los trabajos del Serviço de Proteção ao Índio y posteriormente la Fundação Nacional do Índio, y en el caso portugués las misiones científicas que pretendían la mejor implantación de las políticas coloniales sobre la población nativa africana.
Carlos Benítez Trinidad: s Doctor en Difusión del Conocimiento por la Universidade Federal da Bahia (2017) y Doctor en Historia de América por la Universidad Pablo de Olavide (2017), con la tesis Un espejo en medio a un teatro de símbolos: el indio imaginado por el poder y la sociedad brasileña durante la dictadura civil-militar (1964-1985). Fundador de la revista-red Iberoamérica Social, ha realizado estancias de investigación en la Estación Científica Amazónica Juri Juri Kawsay de la Universidad Central de Ecuador y en la Fundação Nacional do Índio en Brasil. Actualmente es investigador contratado por la Universidad de Santiago de Compostela integrado en el grupo Historia Agraria y Política del Mundo Rural, y realiza una estancia de investigación en el CHAM Centro de Humanidades de la Universidade Nova de Lisboa. Por otro lado es también miembro de los grupos de investigación internacionales Agricultura comparada y Agricultura Familiar de la Universidade Federal da Bahia e Integración histórico cultural, desarrollo y derechos humanos en América Latina de la Universidad Pablo de Olavide.
Javier Luis Álvarez Santos: «La conformación de una identidad macaronésica a partir de los relatos históricos insulares (s. XVI-XVII)»
Esta comunicación abordará la percepción de los insulares de la gestación de su propia identidad durante el periodo de consolidación de la Monarquía Hispánica en el Atlántico (1550-1650). Para ello, analizaremos las descripciones realizadas por cronistas o historiadores cuyas vidas estuvieron ligadas en algún momento a estos territorios y, en sus obras, han dejado testimonios e impresiones sobre el espacio insular, tanto de sus moradores como del espacio circundante.
Javier Luis Álvarez Santos: Doctor en Historia Moderna con mención internacional por la Universidad de La Laguna y la Universidade Nova de Lisboa (2016). Premio Extraordinario de Doctorado. Actualmente es profesor asociado en el Departamento de Ciencias Históricas en la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria e investigador integrado del CHAM-Centro de Humanidades de la Universidade Nova de Lisboa. Es coordinador del subgrupo “História do Espaço Ibérico e ibero-americano (séculos XV-XIX)” en la referida institución. Ha impartido conferencias en España y Portugal. Ha realizado estancias en centros de investigación portugueses, tales como el Centro de Estudos de História do Atlântico y en el Instituto de Investigação Científica Tropical. Ha sido becario de investigación de la École des hautes études hispaniques et ibériques de la Casa de Velázquez y del CHAM-Centro de Humanidades. Entre sus publicaciones destacan las monografías Tenerife y la Unión Ibérica (Ed. Idea, 2011) y De la Historia Atlántica a la Nesología (IECan, 2018). También ha coordinado libros, como Historias de frontera. Fronteras con historia (CHAM, 2016) y Las identidades insulares en los espacios de frontera de la Monarquía Hispánica (IECan, 2018). Además, ha publicado numerosos artículos en revistas científicas, tanto nacionales como internacionales. Igualmente, ha coordinado y participado en eventos científicos tanto en España como en Portugal. Su investigación ha sido reconocida en el Premio de Investigación Viera y Clavijo de Humanidades (2018).
Esta comunicación abordará la percepción de los insulares de la gestación de su propia identidad durante el periodo de consolidación de la Monarquía Hispánica en el Atlántico (1550-1650). Para ello, analizaremos las descripciones realizadas por cronistas o historiadores cuyas vidas estuvieron ligadas en algún momento a estos territorios y, en sus obras, han dejado testimonios e impresiones sobre el espacio insular, tanto de sus moradores como del espacio circundante.
Javier Luis Álvarez Santos: Doctor en Historia Moderna con mención internacional por la Universidad de La Laguna y la Universidade Nova de Lisboa (2016). Premio Extraordinario de Doctorado. Actualmente es profesor asociado en el Departamento de Ciencias Históricas en la Universidad de Las Palmas de Gran Canaria e investigador integrado del CHAM-Centro de Humanidades de la Universidade Nova de Lisboa. Es coordinador del subgrupo “História do Espaço Ibérico e ibero-americano (séculos XV-XIX)” en la referida institución. Ha impartido conferencias en España y Portugal. Ha realizado estancias en centros de investigación portugueses, tales como el Centro de Estudos de História do Atlântico y en el Instituto de Investigação Científica Tropical. Ha sido becario de investigación de la École des hautes études hispaniques et ibériques de la Casa de Velázquez y del CHAM-Centro de Humanidades. Entre sus publicaciones destacan las monografías Tenerife y la Unión Ibérica (Ed. Idea, 2011) y De la Historia Atlántica a la Nesología (IECan, 2018). También ha coordinado libros, como Historias de frontera. Fronteras con historia (CHAM, 2016) y Las identidades insulares en los espacios de frontera de la Monarquía Hispánica (IECan, 2018). Además, ha publicado numerosos artículos en revistas científicas, tanto nacionales como internacionales. Igualmente, ha coordinado y participado en eventos científicos tanto en España como en Portugal. Su investigación ha sido reconocida en el Premio de Investigación Viera y Clavijo de Humanidades (2018).
Luísa Vasconcelos: «Rumo à Europa, num caminho partilhado: narrativas literárias e culturais dos processos de integração europeia dos povos peninsulares»
O objetivo desta comunicação, integrado na tese de doutoramento em fase de elaboração, é apresentar algumas leituras que, nas décadas de 1980 e 1990, alguns autores portugueses e espanhóis fizeram do processo de integração na Europa Comunitária. Pretende-se, assim, a partir das obras ensaísticas e de ficção, pôr em diálogo textos literários dos dois países, problematizando, entre outras, questões como as expetativas criadas com a integração cultural e política na Comunidade Europeia, a avidez de vivências europeias e cosmopolitas, a emergência de determinados movimentos sociais e culturais e o seu contributo para as imagens coletivas dos países, tanto a nível interno como externo. Como contraponto, não serão esquecidas as diversas perspetivas críticas como, por exemplo, os receios de dissolução de identidade e perda de autonomia nacional decorrentes da integração europeia dos países ibéricos.
Luísa Vasconcelos: É licenciada em Estudos Portugueses e Franceses pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde concluiu também o mestrado em Línguas, Literaturas e Culturas – Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos, com a dissertação «As literaturas contemporâneas espanhola e portuguesa como espaços culturais de memória histórico-política». É doutoranda neste mesmo departamento e assistente de investigação do CHAM, onde desenvolve pesquisa sobre as narrativas literárias e culturais dos períodos marcantes da integração europeia dos povos ibéricos.
O objetivo desta comunicação, integrado na tese de doutoramento em fase de elaboração, é apresentar algumas leituras que, nas décadas de 1980 e 1990, alguns autores portugueses e espanhóis fizeram do processo de integração na Europa Comunitária. Pretende-se, assim, a partir das obras ensaísticas e de ficção, pôr em diálogo textos literários dos dois países, problematizando, entre outras, questões como as expetativas criadas com a integração cultural e política na Comunidade Europeia, a avidez de vivências europeias e cosmopolitas, a emergência de determinados movimentos sociais e culturais e o seu contributo para as imagens coletivas dos países, tanto a nível interno como externo. Como contraponto, não serão esquecidas as diversas perspetivas críticas como, por exemplo, os receios de dissolução de identidade e perda de autonomia nacional decorrentes da integração europeia dos países ibéricos.
Luísa Vasconcelos: É licenciada em Estudos Portugueses e Franceses pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde concluiu também o mestrado em Línguas, Literaturas e Culturas – Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos, com a dissertação «As literaturas contemporâneas espanhola e portuguesa como espaços culturais de memória histórico-política». É doutoranda neste mesmo departamento e assistente de investigação do CHAM, onde desenvolve pesquisa sobre as narrativas literárias e culturais dos períodos marcantes da integração europeia dos povos ibéricos.
Margarida I. Almeida Amoedo: «O que mais falta faz hoje, segundo J. Ortega y Gasset: a Filosofia perante o desassossego»
J. Ortega y Gasset assumiu, desde o seu primeiro grande livro (Meditaciones del Quijote, 1914), uma concepção de Filosofia sui generis, com a qual procurou responder, de maneira inconfundível, à questão do que faz falta fazer no tempo em que nos incumbe viver. Também os conhecidíssimos textos de La rebelión de las masas (1930), produzidos já em plena maturidade e num período em que o pensador espanhol se mostra especialmente empenhado na busca de uma saída para a desmoralização da Europa naquela altura, são um excelente exemplo do seu permanente esforço por se situar intelectualmente perante as situações de desassossego (mormente as crises) e desvelar pelo pensamento o que mais importa fazer para as enfrentar. Na nossa leitura, toda a longa obra de Ortega y Gasset, que continuou a vir à luz e a frutificar muito para além da sua morte em 1955, pode ajudar-nos ainda hoje a distinguir o que, por ser o que mais falta faz, vale a pena realizar através do nosso agir.
Margarida I. Almeida Amoedo: É Professora Associada do Departamento de Filosofia da Universidade de Évora e Investigadora Integrada do CHAM – Centro de Humanidades (FCSH, Universidade NOVA de Lisboa, Universidade dos Açores). Na docência, tem-se dedicado, sobretudo, à Axiologia, à Ética e à Filosofia da Educação, investigando ainda, no âmbito do Pensamento Hispânico, o legado filosófico da obra de José Ortega y Gasset, que estuda desde a Licenciatura em Filosofia e o Mestrado em Filosofia Contemporânea concluídos, em 1983 e em 1989, na Universidade de Coimbra. A sua tese de Doutoramento foi publicada sob o título José Ortega y Gasset: A Aventura Filosófica da Educação (Lisboa: IN/CM, 2002).
J. Ortega y Gasset assumiu, desde o seu primeiro grande livro (Meditaciones del Quijote, 1914), uma concepção de Filosofia sui generis, com a qual procurou responder, de maneira inconfundível, à questão do que faz falta fazer no tempo em que nos incumbe viver. Também os conhecidíssimos textos de La rebelión de las masas (1930), produzidos já em plena maturidade e num período em que o pensador espanhol se mostra especialmente empenhado na busca de uma saída para a desmoralização da Europa naquela altura, são um excelente exemplo do seu permanente esforço por se situar intelectualmente perante as situações de desassossego (mormente as crises) e desvelar pelo pensamento o que mais importa fazer para as enfrentar. Na nossa leitura, toda a longa obra de Ortega y Gasset, que continuou a vir à luz e a frutificar muito para além da sua morte em 1955, pode ajudar-nos ainda hoje a distinguir o que, por ser o que mais falta faz, vale a pena realizar através do nosso agir.
Margarida I. Almeida Amoedo: É Professora Associada do Departamento de Filosofia da Universidade de Évora e Investigadora Integrada do CHAM – Centro de Humanidades (FCSH, Universidade NOVA de Lisboa, Universidade dos Açores). Na docência, tem-se dedicado, sobretudo, à Axiologia, à Ética e à Filosofia da Educação, investigando ainda, no âmbito do Pensamento Hispânico, o legado filosófico da obra de José Ortega y Gasset, que estuda desde a Licenciatura em Filosofia e o Mestrado em Filosofia Contemporânea concluídos, em 1983 e em 1989, na Universidade de Coimbra. A sua tese de Doutoramento foi publicada sob o título José Ortega y Gasset: A Aventura Filosófica da Educação (Lisboa: IN/CM, 2002).
Maria Viana: «Em busca da palavra perdida: infância-velhice, memória-linguagem em Corpo de baile, de João Guimarães Rosa»
Por meio da tese de doutoramento, em fase de escrita, pretende-se estudar as sete novelas do ciclo Corpo de baile (1956), do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, como uma unidade, em acordo com o projeto original do autor. Todavia, o foco serão as parábases “Cara-de-bronze”, “Recado do Morro” e “Uma história de amor”, pois acredito que elas podem ser lidas como uma espécie de arte poética. Em uma estrutura circular, onde infância e linguagem parecem remeter uma à outra, pode-se arriscar dizer que em Corpo de baile a infância age sobre a linguagem, constituindo-a de maneira peculiar. Posto que o projeto literário rosiano parece se dar por meio da relação intrínseca entre língua morta e o desejo de revitalizar a linguagem. Pretende-se, portanto, recortar das narrativas trechos significativos da experiência com a temporalidade, relacionando-as com os binômios: infância/velhice, esquecimento/memória, língua/fala para demonstrar em que medida o embate das personagens com as temporalidades está intrinsicamente ligado ao sistema literário criado por João Guimarães Rosa.
Maria Schtine Viana: É brasileira e atualmente vive em Lisboa. Bacharel em Letras (Português-Francês) pela FFLCH-USP e Mestre em Culturas e Identidades Brasileiras pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP), é doutoranda no Departamento de Estudos Portugueses da FCSH da UNL, onde desenvolve pesquisa sobre a obra de João Guimarães Rosa. É assistente de investigação do CHAM e Membro Colaborador no IELT. Trabalhou durante duas décadas como editora em várias casas editorias na cidade de São Paulo. É autora dos livros Silêncios no escuro (Ateliê), História e Geografia do Nordeste (FTD), Um estudo sobre as obras clássicas de viagens e aventuras (Eureka), Um estudo sobre a fábula e os contos de fadas (Eureka), Asa da palavra: Literatura oral em verso e prosa (Melhoramentos), entre outros. Algumas das suas obras foram aprovadas em programas de educação e cultura do governo brasileiro, como PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola) e PNLD (Programa Nacional do Livro Didático). As suas publicações na área dos Estudos Brasileiros incluem ensaios sobre Aluísio Azevedo, João do Rio, Machado de Assis e Guimarães Rosa, entre outros.
Por meio da tese de doutoramento, em fase de escrita, pretende-se estudar as sete novelas do ciclo Corpo de baile (1956), do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, como uma unidade, em acordo com o projeto original do autor. Todavia, o foco serão as parábases “Cara-de-bronze”, “Recado do Morro” e “Uma história de amor”, pois acredito que elas podem ser lidas como uma espécie de arte poética. Em uma estrutura circular, onde infância e linguagem parecem remeter uma à outra, pode-se arriscar dizer que em Corpo de baile a infância age sobre a linguagem, constituindo-a de maneira peculiar. Posto que o projeto literário rosiano parece se dar por meio da relação intrínseca entre língua morta e o desejo de revitalizar a linguagem. Pretende-se, portanto, recortar das narrativas trechos significativos da experiência com a temporalidade, relacionando-as com os binômios: infância/velhice, esquecimento/memória, língua/fala para demonstrar em que medida o embate das personagens com as temporalidades está intrinsicamente ligado ao sistema literário criado por João Guimarães Rosa.
Maria Schtine Viana: É brasileira e atualmente vive em Lisboa. Bacharel em Letras (Português-Francês) pela FFLCH-USP e Mestre em Culturas e Identidades Brasileiras pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP), é doutoranda no Departamento de Estudos Portugueses da FCSH da UNL, onde desenvolve pesquisa sobre a obra de João Guimarães Rosa. É assistente de investigação do CHAM e Membro Colaborador no IELT. Trabalhou durante duas décadas como editora em várias casas editorias na cidade de São Paulo. É autora dos livros Silêncios no escuro (Ateliê), História e Geografia do Nordeste (FTD), Um estudo sobre as obras clássicas de viagens e aventuras (Eureka), Um estudo sobre a fábula e os contos de fadas (Eureka), Asa da palavra: Literatura oral em verso e prosa (Melhoramentos), entre outros. Algumas das suas obras foram aprovadas em programas de educação e cultura do governo brasileiro, como PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola) e PNLD (Programa Nacional do Livro Didático). As suas publicações na área dos Estudos Brasileiros incluem ensaios sobre Aluísio Azevedo, João do Rio, Machado de Assis e Guimarães Rosa, entre outros.
Pablo Ibáñez-Bonillo: «Vilas de Fronteira na Amazônia colonial: experiências indígenas no Rio Solimões e na Ilha de Marajó (1757-1770)»
A presente comunicação pretende estabelecer um diálogo entre as experiências dos moradores nas vilas coloniais do rio Solimões e a Ilha de Marajó, após a implementação do Diretório pombalino. As duas regiões constituiram áreas de fronteira durante o período colonial, tanto pelas dificuldades de incorporação dos seus habitantes à administração colonial, como pela presença de outras potências europeias nas próximidades (os Franceses em Cayenne; os Espanhois em Maynas). Nesta comunicação se analisam essas experiências de fronteira, conectando os principais acontecimentos do período (como os preparativos para a Guerra dos Sete Anos) e comparando as estratégias indígenas no passo de uma administração religiosa a nova administração secular ordenada por Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Para estudar essas dinámicas indígenas, se parte das duas histórias regionais desde o século XVII e se analiza a continuidade na ocupação dos espaços missionais, reconvertidos posteriormente em vilas do Diretório. As principais fontes utilizadas para a análise da realidade local do Solimões e Marajó são os documentados gerados nas próprias vilas e remetidos ao Governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão. Pela sua natureza, estas fontes oferecem uma aproximação privilegiada ao cotidiano da fronteira colonial.
Pablo Ibáñez-Bonillo: É Doutor em História de América Latina pela Universidad Pablo de Olavide (Sevilha, España), em co-tutela com a University of Saint Andrews (UK). Foi pesquisador de pós-doutorado na Universidade Federal do Pará (Brasil). Atualmente é investigador integrado no CHAM – Universidade Nova de Lisboa. Editor da revista Americanía. Revista de Estudios Latinoamericanos, publicada pela Universidad Pablo de Olavide. Estuda temas de história indígena na Amazônia colonial. Autor de ‘El Martirio de Laureano Ibáñez. Guerra y Religión en Apolobamba, siglo XVII’, publicado na Bolívia em 2011. Em sua tese de doutorado estudou a conquista portuguesa do Amazonas na primeira metade do século XVII. Autor de vários artigos sobre Amazônia colonial.
A presente comunicação pretende estabelecer um diálogo entre as experiências dos moradores nas vilas coloniais do rio Solimões e a Ilha de Marajó, após a implementação do Diretório pombalino. As duas regiões constituiram áreas de fronteira durante o período colonial, tanto pelas dificuldades de incorporação dos seus habitantes à administração colonial, como pela presença de outras potências europeias nas próximidades (os Franceses em Cayenne; os Espanhois em Maynas). Nesta comunicação se analisam essas experiências de fronteira, conectando os principais acontecimentos do período (como os preparativos para a Guerra dos Sete Anos) e comparando as estratégias indígenas no passo de uma administração religiosa a nova administração secular ordenada por Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Para estudar essas dinámicas indígenas, se parte das duas histórias regionais desde o século XVII e se analiza a continuidade na ocupação dos espaços missionais, reconvertidos posteriormente em vilas do Diretório. As principais fontes utilizadas para a análise da realidade local do Solimões e Marajó são os documentados gerados nas próprias vilas e remetidos ao Governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão. Pela sua natureza, estas fontes oferecem uma aproximação privilegiada ao cotidiano da fronteira colonial.
Pablo Ibáñez-Bonillo: É Doutor em História de América Latina pela Universidad Pablo de Olavide (Sevilha, España), em co-tutela com a University of Saint Andrews (UK). Foi pesquisador de pós-doutorado na Universidade Federal do Pará (Brasil). Atualmente é investigador integrado no CHAM – Universidade Nova de Lisboa. Editor da revista Americanía. Revista de Estudios Latinoamericanos, publicada pela Universidad Pablo de Olavide. Estuda temas de história indígena na Amazônia colonial. Autor de ‘El Martirio de Laureano Ibáñez. Guerra y Religión en Apolobamba, siglo XVII’, publicado na Bolívia em 2011. Em sua tese de doutorado estudou a conquista portuguesa do Amazonas na primeira metade do século XVII. Autor de vários artigos sobre Amazônia colonial.
Patrícia Seixas: «A pintura em obras de José Saramago e Enrique Vila-Matas»
Com base na polifonia bakhtiniana, a presente comunicação, inserida na tese de doutoramento em fase de construção, põe em diálogo o processo de criação literária e a pintura, presentes em Manual de Pintura e Caligrafia, de José Saramago, e emEjemplares, de Enrique Vila-Matas. Explorando a evidência da técnica do mise en abyme, permite-se ao leitor interpretar o jogo de personagens pintores ou pintores de personagens que se observam num espelho, interseccionando-o com a metáfora do fio de Ariadne.
Patrícia Seixas: Após concluída a Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, na variante de Estudos Portugueses e Ingleses, no ramo de Tradução, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, dedicou-se à Tradução e ao ensino particular das disciplinas de Inglês e Português. Em 2013 decide aprofundar conhecimentos e termina, em 2016, o Mestrado em Ensino de Inglês e de Espanhol no 3.º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário. Atualmente é Doutoranda em Línguas e Culturas Modernas, na área de especialidade de Estudos Literários Comparados, investigando a temática da metaficção e autoficção nas obras de José Saramago e Enrique Vila-Matas.
Com base na polifonia bakhtiniana, a presente comunicação, inserida na tese de doutoramento em fase de construção, põe em diálogo o processo de criação literária e a pintura, presentes em Manual de Pintura e Caligrafia, de José Saramago, e emEjemplares, de Enrique Vila-Matas. Explorando a evidência da técnica do mise en abyme, permite-se ao leitor interpretar o jogo de personagens pintores ou pintores de personagens que se observam num espelho, interseccionando-o com a metáfora do fio de Ariadne.
Patrícia Seixas: Após concluída a Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, na variante de Estudos Portugueses e Ingleses, no ramo de Tradução, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, dedicou-se à Tradução e ao ensino particular das disciplinas de Inglês e Português. Em 2013 decide aprofundar conhecimentos e termina, em 2016, o Mestrado em Ensino de Inglês e de Espanhol no 3.º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário. Atualmente é Doutoranda em Línguas e Culturas Modernas, na área de especialidade de Estudos Literários Comparados, investigando a temática da metaficção e autoficção nas obras de José Saramago e Enrique Vila-Matas.
Teresa Lousa: «Modernismo e nacionalismo: casos paradigmáticos em Portugal e Espanha»
O modernismo português que irrompeu nos anos 1914 e seguintes caracterizou-se por uma compleição politicamente tradicionalista, nacionalista e antiliberal. Personalidades desta geração como António Ferro e Raul Leal cedo manifestaram o seu interesse pelo fascismo e a sua descrença na República, o que naturalmente levou a que expressaram uma visão política e cultural que acabou por ver no ideário do Estado Novo a confirmação dos seus anseios nacionalistas. Mas também em Espanha Eugenio D’Ors, amigo de Salazar e de António Ferro, constitui um caso paradigmático de um intelectual que colaborou com revistas modernistas como Quatre gats ou Pèl & Ploma e mais tarde acaba por romper com o Modernismo por achar que esta estética era de uma espontaneidade estéril sem direcção.
Teresa Lousa: Nasceu em 1978, em Lisboa e licenciou-se em Filosofia na FSCH da Universidade Nova de Lisboa. Fez um Mestrado em Teorias da Arte e um Doutoramento em Ciências da Arte e do Património na emblemática Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde desenvolveu temas e autores da Teoria da Arte Portuguesa e Ibérica, nomeadamente Francisco de Holanda, de uma perspectiva estética e crítica. Nesta mesma Faculdade lecciona há cerca de 10 anos um leque de diversas cadeiras teóricas como Teorias da Arte, Estética, História da Arte, Arqueologia, Antropologia da Arte entre outras. É editora da Revista Indexada e Internacional Art&Sensorium (UNESPAR). Actualmente é Investigadora Integrada do CHAM - FCSH, onde colabora activamente com o sub grupo Gerações Hispânicas, coordenado pelo professor José Esteves Pereira. As suas áreas de investigação e temas de interesse prendem-se com temas diversos como: Arte e Hispanismo, Arte e Morte, Arte e Género, Arte e Estados Alterados da mente, etc.
O modernismo português que irrompeu nos anos 1914 e seguintes caracterizou-se por uma compleição politicamente tradicionalista, nacionalista e antiliberal. Personalidades desta geração como António Ferro e Raul Leal cedo manifestaram o seu interesse pelo fascismo e a sua descrença na República, o que naturalmente levou a que expressaram uma visão política e cultural que acabou por ver no ideário do Estado Novo a confirmação dos seus anseios nacionalistas. Mas também em Espanha Eugenio D’Ors, amigo de Salazar e de António Ferro, constitui um caso paradigmático de um intelectual que colaborou com revistas modernistas como Quatre gats ou Pèl & Ploma e mais tarde acaba por romper com o Modernismo por achar que esta estética era de uma espontaneidade estéril sem direcção.
Teresa Lousa: Nasceu em 1978, em Lisboa e licenciou-se em Filosofia na FSCH da Universidade Nova de Lisboa. Fez um Mestrado em Teorias da Arte e um Doutoramento em Ciências da Arte e do Património na emblemática Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, onde desenvolveu temas e autores da Teoria da Arte Portuguesa e Ibérica, nomeadamente Francisco de Holanda, de uma perspectiva estética e crítica. Nesta mesma Faculdade lecciona há cerca de 10 anos um leque de diversas cadeiras teóricas como Teorias da Arte, Estética, História da Arte, Arqueologia, Antropologia da Arte entre outras. É editora da Revista Indexada e Internacional Art&Sensorium (UNESPAR). Actualmente é Investigadora Integrada do CHAM - FCSH, onde colabora activamente com o sub grupo Gerações Hispânicas, coordenado pelo professor José Esteves Pereira. As suas áreas de investigação e temas de interesse prendem-se com temas diversos como: Arte e Hispanismo, Arte e Morte, Arte e Género, Arte e Estados Alterados da mente, etc.
Teresa Nobre de Carvalho: «Ananás, um “pomo peregrino”. O contributo dos portugueses para a difusão global de Ananas comosus na Idade Moderna»
Fruto originário da América do Sul, o ananás impressionou os europeus que com ele se depararam. Demasiado sensível para suportar as longas travessias oceânicas, foi em conserva que este fruto chegou à Europa. Recusando aclimatar-se aos jardins e hortas da Europa, as plantas de Ananas comosus foram levadas pelos portugueses para outras das regiões do globo. Plantados ao lado de outras espécies nativas dos trópicos, os ananaseiros encontraram, na Ásia e nas costas de África, condições favoráveis ao seu desenvolvimento.
Na presente exposição pretendo seguir algumas das rotas traçadas por esta planta que viajou a bordo das naus portuguesas nos séculos XVI e XVII. Salientarei aspectos que parecem ter condicionado a sua difusão e apontarei elementos reveladores de novos pontos de cultivo e de aclimatação.
Teresa Nobre de Carvalho: É investigadora integrada do CHAM-FCSH, Universidade Nova de Lisboa onde desenvolve um projecto de investigação de Pós-Doutoramento financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Licenciada em Engenharia Agronómica pelo ISA, é doutorada em História e Filosofia das Ciências pela Universidade de Lisboa. A sua pesquisa de doutoramento centrou-se sobre a figura e a obra de Garcia de Orta. É autora de Os desafios de Garcia de Orta. Colóquios dos Simples e Drogas da Índia (Esfera do Caos, 2015). No actual projecto de investigação analisa a difusão nas fontes europeias de notícias relativas ao ananás - um fruto desconhecido dos europeus até 1492 - e examina as rotas oceânicas que ao longo dos séculos XVI-XVII proporcionaram a transferência desta espécie botânica - Ananas comosus - à escala global.
Fruto originário da América do Sul, o ananás impressionou os europeus que com ele se depararam. Demasiado sensível para suportar as longas travessias oceânicas, foi em conserva que este fruto chegou à Europa. Recusando aclimatar-se aos jardins e hortas da Europa, as plantas de Ananas comosus foram levadas pelos portugueses para outras das regiões do globo. Plantados ao lado de outras espécies nativas dos trópicos, os ananaseiros encontraram, na Ásia e nas costas de África, condições favoráveis ao seu desenvolvimento.
Na presente exposição pretendo seguir algumas das rotas traçadas por esta planta que viajou a bordo das naus portuguesas nos séculos XVI e XVII. Salientarei aspectos que parecem ter condicionado a sua difusão e apontarei elementos reveladores de novos pontos de cultivo e de aclimatação.
Teresa Nobre de Carvalho: É investigadora integrada do CHAM-FCSH, Universidade Nova de Lisboa onde desenvolve um projecto de investigação de Pós-Doutoramento financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Licenciada em Engenharia Agronómica pelo ISA, é doutorada em História e Filosofia das Ciências pela Universidade de Lisboa. A sua pesquisa de doutoramento centrou-se sobre a figura e a obra de Garcia de Orta. É autora de Os desafios de Garcia de Orta. Colóquios dos Simples e Drogas da Índia (Esfera do Caos, 2015). No actual projecto de investigação analisa a difusão nas fontes europeias de notícias relativas ao ananás - um fruto desconhecido dos europeus até 1492 - e examina as rotas oceânicas que ao longo dos séculos XVI-XVII proporcionaram a transferência desta espécie botânica - Ananas comosus - à escala global.