III Jornadas de Estudos «Mundo Hispânico e Portugal»
8 de Junho de 2020, por videoconferência
8 de Junho de 2020, por videoconferência
Programa
10h15. Sessão de abertura com João Paulo Oliveira e Costa (Director do CHAM-Centro de Humanidades) e Isabel Araújo Branco (Coordenadora do Grupo de Investigação «Cultura, história e pensamento ibéricos e ibero-americanos»).
10h25. Conferência de abertura: Maria Fernanda de Abreu com Ana Belén Cao Míguez e Pedro Santa Maria Abreu: «O projecto “Q. Theatre -Theatrical Recreations of Don Quixote in Europe”». Apresentação de José Esteves Pereira.
11h-12h30. Visões filosóficas e artísticas. Moderação de Roberta Stumpf.
- Horácio Costa: «Circulação de livros portugueses/sobre Portugal na Cidade do México no séc XVII».
- Júlio Rodrigues da Silva: «A convergência cultural luso-espanhola de 1923 em Marrocos».
- José Mikosz: «Pablo Amaringo: xamanismo e arte visionária».
12h30-14h: Intervalo.
14h/16h: Visões históricas. Moderação de Pedro Cardim.
- Maria da Graça Alves Mateus Ventura: «Para uma biografia de Jorge Fernandes Gramaxo, um negreiro portimonense em Cartagena das Índias no século XVII».
- Marize Helena de Campos: «A Rainha Esther do Maranhão: o judaísmo de Isabel Gomes no nordeste setecentista».
- Mariana Meneses Munoz: «Violencia y resistencia en los testimonios femeninos por Solicitación ante los tribunales inquisitoriales hispanoamericanos (siglos XVI y XVII)».
10h15. Sessão de abertura com João Paulo Oliveira e Costa (Director do CHAM-Centro de Humanidades) e Isabel Araújo Branco (Coordenadora do Grupo de Investigação «Cultura, história e pensamento ibéricos e ibero-americanos»).
10h25. Conferência de abertura: Maria Fernanda de Abreu com Ana Belén Cao Míguez e Pedro Santa Maria Abreu: «O projecto “Q. Theatre -Theatrical Recreations of Don Quixote in Europe”». Apresentação de José Esteves Pereira.
11h-12h30. Visões filosóficas e artísticas. Moderação de Roberta Stumpf.
- Horácio Costa: «Circulação de livros portugueses/sobre Portugal na Cidade do México no séc XVII».
- Júlio Rodrigues da Silva: «A convergência cultural luso-espanhola de 1923 em Marrocos».
- José Mikosz: «Pablo Amaringo: xamanismo e arte visionária».
12h30-14h: Intervalo.
14h/16h: Visões históricas. Moderação de Pedro Cardim.
- Maria da Graça Alves Mateus Ventura: «Para uma biografia de Jorge Fernandes Gramaxo, um negreiro portimonense em Cartagena das Índias no século XVII».
- Marize Helena de Campos: «A Rainha Esther do Maranhão: o judaísmo de Isabel Gomes no nordeste setecentista».
- Mariana Meneses Munoz: «Violencia y resistencia en los testimonios femeninos por Solicitación ante los tribunales inquisitoriales hispanoamericanos (siglos XVI y XVII)».
Participantes
Maria Fernanda de Abreu: «O projecto “Q. Theatre -Theatrical Recreations of Don Quixote in Europe”»
Maria Fernanda de Abreu: É doutorada em Literaturas Românicas Comparadas, com a tese «A recepção de Cervantes no Romantismo Português». Investigadora integrada no CHAM-Centro de Humanidades, aí coordena o subgrupo «Artes da palavra, imagem e som no mundo ibérico e ibero-americano» do grupo de investigação «Cultura, história e pensamento ibéricos e ibero-americanos». Antiga docente do Departamento de Línguas, Culturas e Literaturas Modernas da NOVA FCSH, é Membro Correspondente da Real Academia Española e «Socio de Honor» da Asociación de Cervantistas. Em 1997, foi distinguida com a Cruz Oficial de la Orden de Isabel II la Católica pelo Rei Juan Carlos I, pela sua ligação à cultura espanhola. É Investigadora principal do Projecto «Q.Theatre - Theatrical Recreations of Don Quixote in Europe», integrado no Programa Europa Criativa.
Horácio Costa: «Circulação de livros portugueses/sobre Portugal na Cidade do México no séc XVII»
Há presença de dezenas de livros portugueses ou sobre Portugal na Nova Espanha nos séculos XVII e XVIII. A relação de obras nessas categorias publicadas no nº tomo X do 'Boletín del Archivo General de la Nación' mexicana em 1939, que traz uma minuciosa relação de todos os inventários dos livreiros coloniais novo-hispanos, foi objeto de uma pesquisa recente de minha autoria, devido a que organizei um catálogo que gostaria de compartilhar com nosso grupo de pesquisa.
Horácio Costa: Poeta, crítico e professor universitário, primeiro na UNAM (México, 1987-2001) e desde então na FFLCH-USP. Publicou 13 livros de poesia e foi traduzido a dez línguas, tendo recebido o prêmio "Jabuti" de poesia em 2014 por Bernini (2013). Como crítico, tem dois livros publicados em espanhol e português: José Saramago: o período formativo (Lisboa, 1997; México, 2003) e Mar Abierto: ensayos de literatura brasileña, portuguesa e hispanoamericana (México e Brasil, 1998 e 2008). Em Junho próximo será lançada a segunda edição, comemorativa, do 30º aniversário da publicação de seu segundo livro de poesia, Satori (1989).
José Mikosz: «Pablo Amaringo: xamanismo e arte visionária»
Pablo Amaringo foi um xamã da etnia Shipibo-Conibo e pintor peruano. No início de sua carreira pintava quadros de paisagens e de índias de seu povo para vender aos turistas. Porém, o antropólogo Luis Eduardo Luna, natural da Colômbia, desenvolvendo seu PhD pela universidade de Helsinki sobre os curandeiros e xamãs peruanos ribeirinhos, questionou o motivo pelo qual Amaringo, em vez de pintar paisagens e cenas do dia-a-dia, não retratava as visões inspiradas na bebida sacramental dos Shipibo-Conibo, a ayahuasca, conhecia por favorecer visões. Os xamãs, de maneira geral, não costumam falar sobre suas as visões, uma espécie de tabu por medo de revelar coisas sagradas e também pelo “perigo” que isso poderia representar se outro xamã opositor tivesse o conhecimento de tais visões. Amaringo iniciou então a pintar as visões e as pinturas foram expostas internacionalmente com a ajuda de Luna. Amaringo se torna assim uma figura muito influentes na pintura visionária, pintura resultante das experiências em Estados Não Ordinários de Consciência. Em Pucalpa, na Amazônia peruana, foi fundada Por Amaringo e Luna uma escola de Arte Visionária chamada Usko-Ayar de onde saíram muitos pintores visionários, sendo considerada de utilidade pública
José Mikosz: Artista transmídia, professor e pesquisador. Pós-doutoramento em Arte Visionária e Psicodélica na FBAUL, 2018. Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH-UFSC) com a tese A Arte Visionária e a Ayahuasca, 2009. Professor Associado da UNESPAR/EMBAP e Editor da Revista Interdisciplinar Internacional de Artes Visuais – Art&Sensorium. Membro do CIEBA-FBAUL. Pertence ao Comitê Científico da Universidade Internacional Rose Croix (URCI-AMORC). Membro do Conselho Consultivo do Centro de Pesquisa para o Estudo de Plantas de Psicointegradoras, Arte Visionária e Consciência - WASIWASKA. Associado ao Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicativos (NEIP). É Investigador Correspondente do CHAM-Centro de Humanidades.
Júlio Joaquim da Silva: «A convergência cultural luso-espanhola de 1923 em Marrocos»
A Segunda Guerra Marroquina ou Guerra do Rif (1920-1927), travada entre a monarquia espanhola de Afonso XIII e a república do Rif de Abdel el-Krim, foi um longo conflito colonial, com profundas consequências políticas e militares, na história da Espanha e de Marrocos da primeira metade do século XX. O objetivo desta comunicação consiste na análise do esforço conjunto dos intelectuais e académicos portugueses e espanhóis na preservação do património monumental português no Protetorado Espanhol de Marrocos. A Missão portuguesa a Marrocos de 1923 realiza-se o seu trabalho de avaliação do estado das antigas das fortificações portugueses é profundamente marcada pelas pressões políticas e os constrangimentos militares.
Júlio Joaquim da Silva: Doutorado em História e Teoria das Ideia (1999) pela FCSH da UNL. Professor Associado da FCSH da UNL (2011-2018). Coordenador do Doutoramento de História e Teoria das Ideias do Departamento de Filosofia da FCSH da UNL (2013-2018). Investigador Integrado (1987-2013) e Membro do Conselho Científico (1999-2013) do CHC da FCSH da UNL. Investigador Integrado e Membro do Conselho Científico do CHAM da FCSH da UNL (2013-2018). Investigador Colaborador do CEIS 20, da FLUC da Universidade de Coimbra (2007-2018. Membro da Associação Portuguesa de Ciência Política (2004-2018). Membro Efectivo do Conselho Científico da Comissão Portuguesa de História Militar (2007-2018). Investigador Doutorado do Observatório Político (2008-2018). Membro do ECPR (2012-2018). Membro do SHARP (2016-2018).
Maria Fernanda de Abreu: «O projecto “Q. Theatre -Theatrical Recreations of Don Quixote in Europe”»
Maria Fernanda de Abreu: É doutorada em Literaturas Românicas Comparadas, com a tese «A recepção de Cervantes no Romantismo Português». Investigadora integrada no CHAM-Centro de Humanidades, aí coordena o subgrupo «Artes da palavra, imagem e som no mundo ibérico e ibero-americano» do grupo de investigação «Cultura, história e pensamento ibéricos e ibero-americanos». Antiga docente do Departamento de Línguas, Culturas e Literaturas Modernas da NOVA FCSH, é Membro Correspondente da Real Academia Española e «Socio de Honor» da Asociación de Cervantistas. Em 1997, foi distinguida com a Cruz Oficial de la Orden de Isabel II la Católica pelo Rei Juan Carlos I, pela sua ligação à cultura espanhola. É Investigadora principal do Projecto «Q.Theatre - Theatrical Recreations of Don Quixote in Europe», integrado no Programa Europa Criativa.
Horácio Costa: «Circulação de livros portugueses/sobre Portugal na Cidade do México no séc XVII»
Há presença de dezenas de livros portugueses ou sobre Portugal na Nova Espanha nos séculos XVII e XVIII. A relação de obras nessas categorias publicadas no nº tomo X do 'Boletín del Archivo General de la Nación' mexicana em 1939, que traz uma minuciosa relação de todos os inventários dos livreiros coloniais novo-hispanos, foi objeto de uma pesquisa recente de minha autoria, devido a que organizei um catálogo que gostaria de compartilhar com nosso grupo de pesquisa.
Horácio Costa: Poeta, crítico e professor universitário, primeiro na UNAM (México, 1987-2001) e desde então na FFLCH-USP. Publicou 13 livros de poesia e foi traduzido a dez línguas, tendo recebido o prêmio "Jabuti" de poesia em 2014 por Bernini (2013). Como crítico, tem dois livros publicados em espanhol e português: José Saramago: o período formativo (Lisboa, 1997; México, 2003) e Mar Abierto: ensayos de literatura brasileña, portuguesa e hispanoamericana (México e Brasil, 1998 e 2008). Em Junho próximo será lançada a segunda edição, comemorativa, do 30º aniversário da publicação de seu segundo livro de poesia, Satori (1989).
José Mikosz: «Pablo Amaringo: xamanismo e arte visionária»
Pablo Amaringo foi um xamã da etnia Shipibo-Conibo e pintor peruano. No início de sua carreira pintava quadros de paisagens e de índias de seu povo para vender aos turistas. Porém, o antropólogo Luis Eduardo Luna, natural da Colômbia, desenvolvendo seu PhD pela universidade de Helsinki sobre os curandeiros e xamãs peruanos ribeirinhos, questionou o motivo pelo qual Amaringo, em vez de pintar paisagens e cenas do dia-a-dia, não retratava as visões inspiradas na bebida sacramental dos Shipibo-Conibo, a ayahuasca, conhecia por favorecer visões. Os xamãs, de maneira geral, não costumam falar sobre suas as visões, uma espécie de tabu por medo de revelar coisas sagradas e também pelo “perigo” que isso poderia representar se outro xamã opositor tivesse o conhecimento de tais visões. Amaringo iniciou então a pintar as visões e as pinturas foram expostas internacionalmente com a ajuda de Luna. Amaringo se torna assim uma figura muito influentes na pintura visionária, pintura resultante das experiências em Estados Não Ordinários de Consciência. Em Pucalpa, na Amazônia peruana, foi fundada Por Amaringo e Luna uma escola de Arte Visionária chamada Usko-Ayar de onde saíram muitos pintores visionários, sendo considerada de utilidade pública
José Mikosz: Artista transmídia, professor e pesquisador. Pós-doutoramento em Arte Visionária e Psicodélica na FBAUL, 2018. Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH-UFSC) com a tese A Arte Visionária e a Ayahuasca, 2009. Professor Associado da UNESPAR/EMBAP e Editor da Revista Interdisciplinar Internacional de Artes Visuais – Art&Sensorium. Membro do CIEBA-FBAUL. Pertence ao Comitê Científico da Universidade Internacional Rose Croix (URCI-AMORC). Membro do Conselho Consultivo do Centro de Pesquisa para o Estudo de Plantas de Psicointegradoras, Arte Visionária e Consciência - WASIWASKA. Associado ao Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicativos (NEIP). É Investigador Correspondente do CHAM-Centro de Humanidades.
Júlio Joaquim da Silva: «A convergência cultural luso-espanhola de 1923 em Marrocos»
A Segunda Guerra Marroquina ou Guerra do Rif (1920-1927), travada entre a monarquia espanhola de Afonso XIII e a república do Rif de Abdel el-Krim, foi um longo conflito colonial, com profundas consequências políticas e militares, na história da Espanha e de Marrocos da primeira metade do século XX. O objetivo desta comunicação consiste na análise do esforço conjunto dos intelectuais e académicos portugueses e espanhóis na preservação do património monumental português no Protetorado Espanhol de Marrocos. A Missão portuguesa a Marrocos de 1923 realiza-se o seu trabalho de avaliação do estado das antigas das fortificações portugueses é profundamente marcada pelas pressões políticas e os constrangimentos militares.
Júlio Joaquim da Silva: Doutorado em História e Teoria das Ideia (1999) pela FCSH da UNL. Professor Associado da FCSH da UNL (2011-2018). Coordenador do Doutoramento de História e Teoria das Ideias do Departamento de Filosofia da FCSH da UNL (2013-2018). Investigador Integrado (1987-2013) e Membro do Conselho Científico (1999-2013) do CHC da FCSH da UNL. Investigador Integrado e Membro do Conselho Científico do CHAM da FCSH da UNL (2013-2018). Investigador Colaborador do CEIS 20, da FLUC da Universidade de Coimbra (2007-2018. Membro da Associação Portuguesa de Ciência Política (2004-2018). Membro Efectivo do Conselho Científico da Comissão Portuguesa de História Militar (2007-2018). Investigador Doutorado do Observatório Político (2008-2018). Membro do ECPR (2012-2018). Membro do SHARP (2016-2018).
Maria da Graça A. Mateus Ventura: «Para uma biografia de Jorge Fernandes Gramaxo, um negreiro portimonense em Cartagena das Índias no século XVII»
Vila Nova de Portimão foi uma das vilas do Algarve mais atingidas pela repressão inquisitorial. O dinamismo mercantil da vila no século XVI esmoreceu com as prisões e a fuga dos mercadores mais abastados.
Jorge Fernandes Gramaxo, cristão-novo, na sequência da prisão nos cárceres da Inquisição de Évora de vários membros da sua família, sai em definitivo da sua terra natal e vai para Cartagena das Índias em 1588. Envolvido no tráfico negreiro, no eixo Lisboa – Cabo Verde – Cartagena, com seus irmãos e sobrinhos, torna-se o mercador mais proeminente neste porto estratégico da Carreira das Índias. A aproximação à sua família em Vila Nova de Portimão, através dos autos inquisitoriais, permite-nos conhecer novos aspetos da história social local. Por outro lado, os autos fiscais e judiciais que lhe foram movidos pelas autoridades em Cartagena esclarecem os mecanismos de integração na sociedade colonial.
Construir a biografia deste homem implica trabalhar com evidências documentais de diferente natureza e com indícios em diferentes contextos epocais e geográficos. Implica trabalho de arquivo e trabalho de campo (em busca de vestígios materiais). Os seus antepassados remontam ao século XV e os seus parentes colaterais levam-nos até meados do século XVII. De Silves à Madeira e aos Açores, de Lisboa a Cabo Verde, de Sevilha e Madrid a Cartagena das Indias.
Maria da Graça A. Mateus Ventura: Ph.D pela Universidade de Lisboa (2002), na área de Letras – História da Expansão Portuguesa, com a tese “Portugueses no Peru ao tempo da União Ibérica: cumplicidade, mobilidade e vivências”, publicada pela Imprensa Nacional em 2005. É investigadora integrada no Centro de História da Universidade de Lisboa, investigadora associada no CHAM e membro da AHILA (Associação de Historiadores Ibero-americanistas e europeus). Membro da E - COST – European Cooperation in Science and Technology / www.cost.eu
Das suas recentes publicações destacam-se: “A participação dos algarvios na Carreira das Índias, Séculos XVI-XVII”, Catálogo comemorativo dos 500 anos da cidade de Tavira, Município de Tavira, março 2020; “O tráfico de marfins africanos no vice-reino do Peru (sécs. XVI-XVII)”, Peter Mark, José Horta, Carlos Almeida, (coord.), African ivories in the Atlantic world, 1400-1900, Centro de História da Universidade de Lisboa. Aceite para publicação em 07.07.2019; «No somos portugueses sino del Algarve». La Sevilla lusa: La presencia portuguesa en el Reino de Sevilla durante el Barroco. Coord. Fernando Quiles et al. Col. Universo Barroco Iberoamericano 4º volume. E.R.A. / Univ.Pablo de Olavide /CIDEUS, 2018, 194-217; e «As arribadas como estratégia de fuga: Algarve, Açores, Antilhas». Debates sobre la corrupción en el mundo ibérico, siglos XVI-XVII. Coord. F. Andújar Castillo y Ponce Leiva. Alicante: Bib.Virtual Miguel de Cervantes, 2018, 551-568.
Mariana Meneses Munoz: «Violencia y resistencia en los testimonios femeninos por Solicitación ante los tribunales inquisitoriales hispanoamericanos (siglos XVI y XVII)»
Esta ponencia muestra las formas de expresión de la violencia por parte de los curas solicitantes, y la resistencia femenina ante estos abusos en los procesos por solicitación en los tribunales de distrito americanos de la inquisición española (México, Cartagena y Lima) durante las últimas tres décadas del siglo XVI y todo el siglo XVII. El testimonio femenino en estos documentos permite identificar los códigos culturales y espacios en los que se presentaba la violencia masculina, además también la agencia femenina a través de la resistencia al oponerse a estos abusos, y generar una narrativa de estos.
Mariana Meneses Munoz: Historiadora por la Universidad de Antioquia y estudiante del Doutoramento em História com Especialidade em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa na Universidade Nova de Lisboa. Ha investigado sobre los abusos de tipo sexual por parte de las autoridades civiles y particularmente eclesiásticas para la América española durante los siglos XVI y XVII; ha desarrollado investigaciones sobre el tema de donde han derivado presentaciones y artículos. En este momento su interés de investigación se centra en las formas de representación y acceso a la justicia por parte de las mujeres ante las diferentes instituciones para los dos siglos ya mencionados, con especial interés en las justicias inquisitorial y eclesiástica, en contextos de las culturas ibéricas e iberoamericanas (coronas portuguesa y española).
Marize Helena de Campos: «A Rainha Esther do Maranhão: o judaísmo de Isabel Gomes no nordeste setecentista»
Protagonista de um dos Livros contidos no Velho Testamento, a Rainha Esther seria séculos mais tarde a inspiração identitária da cristã nova Isabel Gomes em terras do Maranhão colonial. Descrita como uma mulher que, fez jus ao significado de seu nome persa ‘Estrela’, pois se destacou e conquistou respeito e atenção como rainha, tornando-a uma representante da ousadia feminina nos tempos bíblicos, muito provavelmente, a hebreia coroada soberana da Pérsia não poderia imaginar que, no nordeste colonial brasileiro, seu nome serviria de auto referência a uma mulher que parecia não temer as ameaças punitivas do Santo Ofício da Inquisição. Tratada por muitos dos seus contemporâneos como a “Rainha Esther do Maranhão” Izabel Gomes pertencia à família de Duarte Rodrigues de Távora, que há décadas vinha sendo denunciada por judaísmo aos agentes inquisitoriais. Casada com o capitão Diogo Pedro Homem era filha de Maria Brandoa e neta, por parte de sua mãe, de Brízida de Andrade e Duarte Rodrigues de Távora, conhecido como Pai Abraão. Moradora em São Luís do Maranhão, Izabel seguiu a postura do seu avô resistindo cotidiana e declaradamente ao catolicismo com atitudes que lhe valeram uma série de denúncias nas Inquirições de 1731 e 1743, das quais destacam-se as de queimar e destruir imagens e de ter levado para uma missa de Natal na igreja de Nossa Senhora do Carmo em São Luís, uma imagem do menino Jesus feito de massa de pão que fez passar pelas mãos de suas parentas que o beijaram e depois despedaçaram e comeram, causando grande espanto entre os presentes na cerimônia religiosa. Principiava o ano de 1731. Sob as típicas águas do inverno maranhense, foi instalada no dia 21 de março, na Capela interior do Colégio de Nossa Senhora da Luz da cidade de São Luís, uma Mesa do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa presidida pelo Padre Carlos Pereira, sacerdote da Companhia de Jesus e reitor do dito Colégio e sob encargo do Padre Ignácio Xavier, sacerdote professo da Companhia de Jesus. A intenção era fazer um Auto de Inquirição com todas as diligências e interrogatórios que se fizessem necessários a pessoas da cidade de São Luís e seos destritos, a fim de investigar comportamentos, mas fundamentalmente os crimes contra a fé, mais precisamente as práticas de cripto-judaicas. A cada testemunha a resistência de Izabel vinha à tona. A cada denúncia ficava evidente seu confronto, sua oposição e sua negação externada contra a religião instituída, ou seja, naquele fluxo de lutas cotidianas, Izabel produzia as suas próprias rupturas e saídas. Em suma, a história de Izabel Gomes, em parte narrada na Inquirição de 1731, evidencia a tensão entre o individual e o coletivo, a questão da tolerância e da intolerância religiosa, e o entrelaçamento entre o religioso e o social” vivenciados no cotidiano colonial. Não se sujeitava, antes interrogava em cada insurgência a religião que não era a sua, mas que a impunham.
Marize Helena de Campos: Possui graduação em História pela Universidade de Mogi das Cruzes - UMC (1989), mestrado em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - FFLCH / Universidade de São Paulo - USP(2001) com bolsa CAPES e doutorado em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - FFLCH / Universidade de São Paulo - USP, com bolsa CNPq. Aprovada na seleção para Doutorado Sandwich - SWE - CNPq, permaneceu entre os meses de novembro de 2007 a fevereiro de 2008 no Instituto de Ciências Sociais - ICS da Universidade de Lisboa - UL. Fez estágio Pós Doutoral no ICS - UL, no período de maio de 2013 a agosto de 2014, com supervisão do Prof. Dr. Nuno Gonçalo Monteiro e financiamento de Bolsa pela CAPES (BEX). Permaneceu como investigadora visitante no Centro de Humanidades (CHAM) / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no período de 13 de março a 13 de junho de 2017. É Professora Associada do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão - UFMA e Professora do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória UFMA) - Área de concentração: Ensino de História - Linha de pesquisa: Saberes Históricos em Diferentes Espaços de Memória. Tem experiência na área de História, especialmente em Metodologia do Ensino da História, História da América Portuguesa e História de Portugal setecentista. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Ensino de História, Memória e Mulheres, grupo integrante do Núcleo de Pesquisa Mulheres, Gênero e Sociedade: Memória, Escrita e Ensino de História. Investigadora Colaboradora do Centro de Humanidades - CHAM (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores).
Vila Nova de Portimão foi uma das vilas do Algarve mais atingidas pela repressão inquisitorial. O dinamismo mercantil da vila no século XVI esmoreceu com as prisões e a fuga dos mercadores mais abastados.
Jorge Fernandes Gramaxo, cristão-novo, na sequência da prisão nos cárceres da Inquisição de Évora de vários membros da sua família, sai em definitivo da sua terra natal e vai para Cartagena das Índias em 1588. Envolvido no tráfico negreiro, no eixo Lisboa – Cabo Verde – Cartagena, com seus irmãos e sobrinhos, torna-se o mercador mais proeminente neste porto estratégico da Carreira das Índias. A aproximação à sua família em Vila Nova de Portimão, através dos autos inquisitoriais, permite-nos conhecer novos aspetos da história social local. Por outro lado, os autos fiscais e judiciais que lhe foram movidos pelas autoridades em Cartagena esclarecem os mecanismos de integração na sociedade colonial.
Construir a biografia deste homem implica trabalhar com evidências documentais de diferente natureza e com indícios em diferentes contextos epocais e geográficos. Implica trabalho de arquivo e trabalho de campo (em busca de vestígios materiais). Os seus antepassados remontam ao século XV e os seus parentes colaterais levam-nos até meados do século XVII. De Silves à Madeira e aos Açores, de Lisboa a Cabo Verde, de Sevilha e Madrid a Cartagena das Indias.
Maria da Graça A. Mateus Ventura: Ph.D pela Universidade de Lisboa (2002), na área de Letras – História da Expansão Portuguesa, com a tese “Portugueses no Peru ao tempo da União Ibérica: cumplicidade, mobilidade e vivências”, publicada pela Imprensa Nacional em 2005. É investigadora integrada no Centro de História da Universidade de Lisboa, investigadora associada no CHAM e membro da AHILA (Associação de Historiadores Ibero-americanistas e europeus). Membro da E - COST – European Cooperation in Science and Technology / www.cost.eu
Das suas recentes publicações destacam-se: “A participação dos algarvios na Carreira das Índias, Séculos XVI-XVII”, Catálogo comemorativo dos 500 anos da cidade de Tavira, Município de Tavira, março 2020; “O tráfico de marfins africanos no vice-reino do Peru (sécs. XVI-XVII)”, Peter Mark, José Horta, Carlos Almeida, (coord.), African ivories in the Atlantic world, 1400-1900, Centro de História da Universidade de Lisboa. Aceite para publicação em 07.07.2019; «No somos portugueses sino del Algarve». La Sevilla lusa: La presencia portuguesa en el Reino de Sevilla durante el Barroco. Coord. Fernando Quiles et al. Col. Universo Barroco Iberoamericano 4º volume. E.R.A. / Univ.Pablo de Olavide /CIDEUS, 2018, 194-217; e «As arribadas como estratégia de fuga: Algarve, Açores, Antilhas». Debates sobre la corrupción en el mundo ibérico, siglos XVI-XVII. Coord. F. Andújar Castillo y Ponce Leiva. Alicante: Bib.Virtual Miguel de Cervantes, 2018, 551-568.
Mariana Meneses Munoz: «Violencia y resistencia en los testimonios femeninos por Solicitación ante los tribunales inquisitoriales hispanoamericanos (siglos XVI y XVII)»
Esta ponencia muestra las formas de expresión de la violencia por parte de los curas solicitantes, y la resistencia femenina ante estos abusos en los procesos por solicitación en los tribunales de distrito americanos de la inquisición española (México, Cartagena y Lima) durante las últimas tres décadas del siglo XVI y todo el siglo XVII. El testimonio femenino en estos documentos permite identificar los códigos culturales y espacios en los que se presentaba la violencia masculina, además también la agencia femenina a través de la resistencia al oponerse a estos abusos, y generar una narrativa de estos.
Mariana Meneses Munoz: Historiadora por la Universidad de Antioquia y estudiante del Doutoramento em História com Especialidade em História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa na Universidade Nova de Lisboa. Ha investigado sobre los abusos de tipo sexual por parte de las autoridades civiles y particularmente eclesiásticas para la América española durante los siglos XVI y XVII; ha desarrollado investigaciones sobre el tema de donde han derivado presentaciones y artículos. En este momento su interés de investigación se centra en las formas de representación y acceso a la justicia por parte de las mujeres ante las diferentes instituciones para los dos siglos ya mencionados, con especial interés en las justicias inquisitorial y eclesiástica, en contextos de las culturas ibéricas e iberoamericanas (coronas portuguesa y española).
Marize Helena de Campos: «A Rainha Esther do Maranhão: o judaísmo de Isabel Gomes no nordeste setecentista»
Protagonista de um dos Livros contidos no Velho Testamento, a Rainha Esther seria séculos mais tarde a inspiração identitária da cristã nova Isabel Gomes em terras do Maranhão colonial. Descrita como uma mulher que, fez jus ao significado de seu nome persa ‘Estrela’, pois se destacou e conquistou respeito e atenção como rainha, tornando-a uma representante da ousadia feminina nos tempos bíblicos, muito provavelmente, a hebreia coroada soberana da Pérsia não poderia imaginar que, no nordeste colonial brasileiro, seu nome serviria de auto referência a uma mulher que parecia não temer as ameaças punitivas do Santo Ofício da Inquisição. Tratada por muitos dos seus contemporâneos como a “Rainha Esther do Maranhão” Izabel Gomes pertencia à família de Duarte Rodrigues de Távora, que há décadas vinha sendo denunciada por judaísmo aos agentes inquisitoriais. Casada com o capitão Diogo Pedro Homem era filha de Maria Brandoa e neta, por parte de sua mãe, de Brízida de Andrade e Duarte Rodrigues de Távora, conhecido como Pai Abraão. Moradora em São Luís do Maranhão, Izabel seguiu a postura do seu avô resistindo cotidiana e declaradamente ao catolicismo com atitudes que lhe valeram uma série de denúncias nas Inquirições de 1731 e 1743, das quais destacam-se as de queimar e destruir imagens e de ter levado para uma missa de Natal na igreja de Nossa Senhora do Carmo em São Luís, uma imagem do menino Jesus feito de massa de pão que fez passar pelas mãos de suas parentas que o beijaram e depois despedaçaram e comeram, causando grande espanto entre os presentes na cerimônia religiosa. Principiava o ano de 1731. Sob as típicas águas do inverno maranhense, foi instalada no dia 21 de março, na Capela interior do Colégio de Nossa Senhora da Luz da cidade de São Luís, uma Mesa do Santo Ofício da Inquisição de Lisboa presidida pelo Padre Carlos Pereira, sacerdote da Companhia de Jesus e reitor do dito Colégio e sob encargo do Padre Ignácio Xavier, sacerdote professo da Companhia de Jesus. A intenção era fazer um Auto de Inquirição com todas as diligências e interrogatórios que se fizessem necessários a pessoas da cidade de São Luís e seos destritos, a fim de investigar comportamentos, mas fundamentalmente os crimes contra a fé, mais precisamente as práticas de cripto-judaicas. A cada testemunha a resistência de Izabel vinha à tona. A cada denúncia ficava evidente seu confronto, sua oposição e sua negação externada contra a religião instituída, ou seja, naquele fluxo de lutas cotidianas, Izabel produzia as suas próprias rupturas e saídas. Em suma, a história de Izabel Gomes, em parte narrada na Inquirição de 1731, evidencia a tensão entre o individual e o coletivo, a questão da tolerância e da intolerância religiosa, e o entrelaçamento entre o religioso e o social” vivenciados no cotidiano colonial. Não se sujeitava, antes interrogava em cada insurgência a religião que não era a sua, mas que a impunham.
Marize Helena de Campos: Possui graduação em História pela Universidade de Mogi das Cruzes - UMC (1989), mestrado em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - FFLCH / Universidade de São Paulo - USP(2001) com bolsa CAPES e doutorado em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - FFLCH / Universidade de São Paulo - USP, com bolsa CNPq. Aprovada na seleção para Doutorado Sandwich - SWE - CNPq, permaneceu entre os meses de novembro de 2007 a fevereiro de 2008 no Instituto de Ciências Sociais - ICS da Universidade de Lisboa - UL. Fez estágio Pós Doutoral no ICS - UL, no período de maio de 2013 a agosto de 2014, com supervisão do Prof. Dr. Nuno Gonçalo Monteiro e financiamento de Bolsa pela CAPES (BEX). Permaneceu como investigadora visitante no Centro de Humanidades (CHAM) / Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, no período de 13 de março a 13 de junho de 2017. É Professora Associada do Departamento de História da Universidade Federal do Maranhão - UFMA e Professora do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistória UFMA) - Área de concentração: Ensino de História - Linha de pesquisa: Saberes Históricos em Diferentes Espaços de Memória. Tem experiência na área de História, especialmente em Metodologia do Ensino da História, História da América Portuguesa e História de Portugal setecentista. Coordenadora do Grupo de Pesquisa Ensino de História, Memória e Mulheres, grupo integrante do Núcleo de Pesquisa Mulheres, Gênero e Sociedade: Memória, Escrita e Ensino de História. Investigadora Colaboradora do Centro de Humanidades - CHAM (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores).